Alguém aí já teve medo da morte? Acho que todo mundo já teve. Não adianta se fazer de durão, você já tremeu as pernas sim ao pensar nela e ao pensar pra onde você vai.
A última vez que tive medo dela eu estava nadando na piscina do clube. Veio um sentimento estranho, algumas perguntas e uns pensamentos como: Para onde eu vou? Porra, será que eu vou esquecer tudo que eu estou vivendo? Perder tudo que estou conquistando? Eu vou perder meus familiares e amigos? E o pior.. Eu não vou estar mais aqui para viver os acontecimentos da Terra, seja uma Terceira Guerra Mundial ou um abraço entre o Hugo Chávez e o Bush. Me senti tão aflito que saí repentinamente da piscina e meus primos ficaram se perguntando o que tinha acontecido comigo. O que aconteceu comigo?
Acho que o ponto que eu quero tocar neste texto e o ponto que eu sinto maior receio não é a morte, já que esta é certa e eu já estou conformado dela. O que me inquieta é o pós-morte. Não é o céu ou o inferno. É saber se eu vou para junto de Deus, se eu reencarno ou se eu simplesmente sumo. É saber se a consciência existe unicamente como resultado de correlações da matéria ou se ela não tem origem física, apenas usa o corpo como instrumento para se expressar.
Mas então chego à conclusão que não vou gastar meu nobre e curto tempo pensando nisso, pois quando menos se espera: pimba! Só escrevi isso aqui para me extravasar e liberar o que tava engasgado. Mas gastei muito tempo. Agora me dá licença que eu vou viver…
Post-Scriptum: Como ouvi uma senhora dizendo: “Eu? Não, não me preocupo com a morte. Por quê? Pois preocupação dá rugas… (risos)”.
___________________________________________________________________________________________
Consoada – Manuel Bandeira
Quando a indesejada das gentes chegar
(Não sei se dura ou caroável),
Talvez eu tenha medo.
Talvez sorria, ou diga:
– Alô, iniludível!
O meu dia foi bom, pode a noite descer.
(A noite com os seus sortilégios.)
Encontrará lavrado o campo, a casa limpa,
A mesa posta,
Com cada coisa em seu lugar.
Alguém aí já teve medo da morte? Acho que todo mundo já teve. Não adianta se fazer de durão, você já tremeu as pernas sim ao pensar nela e ao pensar pra onde você vai.
A última vez que tive medo dela eu estava nadando na piscina do clube. Veio um sentimento estranho, algumas perguntas e uns pensamentos como: Para onde eu vou? Porra, será que eu vou esquecer tudo que eu estou vivendo? Perder tudo que estou conquistando? Eu vou perder meus familiares e amigos? E o pior.. Eu não vou estar mais aqui para viver os acontecimentos da Terra, seja uma Terceira Guerra Mundial ou um abraço entre o Hugo Chávez e o Bush. Me senti tão aflito que saí repentinamente da piscina e meus primos ficaram se perguntando o que tinha acontecido comigo. O que aconteceu comigo?
Acho que o ponto que eu quero tocar neste texto e o ponto que eu sinto maior receio não é a morte, já que esta é certa e eu já estou conformado dela. O que me inquieta é o pós-morte. Não é o céu ou o inferno. É saber se eu vou para junto de Deus, se eu reencarno ou se eu simplesmente sumo. É saber se a consciência existe unicamente como resultado de correlações da matéria ou se ela não tem origem física, apenas usa o corpo como instrumento para se expressar.
Mas então chego à conclusão que não vou gastar meu nobre e curto tempo pensando nisso, pois quando menos se espera: pimba! Só escrevi isso aqui para me extravasar e liberar o que tava engasgado. Mas gastei muito tempo. Agora me dá licença que eu vou viver…
Consoada – Manuel Bandeira
Quando a indesejada das gentes chegar
(Não sei se dura ou caroável),
Talvez eu tenha medo.
Talvez sorria, ou diga:
– Alô, iniludível!
O meu dia foi bom, pode a noite descer.
(A noite com os seus sortilégios.)
Encontrará lavrado o campo, a casa limpa,
A mesa posta,
Com cada coisa em seu lugar.
-16.730196
-43.891455